Especialista diz que foi "um absurdo" levar criança de 3 anos à delegacia
Menino de 3 anos vai passar por exame de corpo de delito.
O pedagogo e doutor em educação da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) Ismael Forte Valentim considerou "um absurdo" a conduta de encaminhar à delegacia a criança de 3 anos, que, nesta quarta-feira (27), foi levada pela GM, após uma briga com a professora, em uma creche, no Centro da cidade.
O menino passa por exame de corpo de delito na tarde desta quinta. O incidente foi na escola infantil Branca de Azevedo, uma instituição filantrópica presidida por Regina Godoy, mulher do secretário de Governo de Piraciacba, José Antônio de Godoy.
"Foi um exagero, um absurdo chamar a GM. Isso só deixa nítido e claro que o pessoal da creche perdeu o controle da situação. É bom lembrar que foi uma situação com uma criança de apenas 3 anos de idade", comentou Valentim.
O comandante da Guarda Municipal de Piracicaba, capitão Silas Romualdo, informou que a criança apenas foi levada para a delegacia porque estava com a mãe e a avó na creche. "A criança não tinha com quem ficar e tanto a mãe quanto a avó precisavam estar na delegacia. O menino então foi junto até a delegacia", explicou.
A conselheira tutelar de Piracicaba, Zélia dos Reis, informou nesta quinta que a creche procurou pelo Conselho Tutelar durante o problema. "Não é nossa função resolver a questão no momento em que o fato acontece, pois não temos poder de polícia. O que a escola deveria ter feito é ter procurado o conselho antes, já que o menino apresentava dificuldades disciplinares há tempos", disse.
Zélia disse, ainda, que se o caso tivesse sido reportado anteriormente ao Conselho Tutelar, a criança e a família teriam recebido o tratamento psicológico, caso fosse constatada a necessidade. "Seria feito uma ação preventiva. Na hora que estoura, não adianta muito chamar o Conselho".
O Conselho já pediu à escola um relatório sobre o caso do menino e aguarda o histórico para poder ajudar a criança e sua família no caso.
Versão
A creche Branca de Azevedo foi novamente procurada pelo EPPiracicaba na manhã desta quinta-feira (27), mas a informação é de que a diretoria não quer comentar o caso. Por telefone, o secretário de Governo informou que a esposa foi orientada pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e pelo Conselhor Tutelar a não conceder entrevista sobre a questão.
A creche, segundo Godoy, apesar de não ser administrada pela prefeitura atende pelo menos 70 crianças pela rede municipal de ensino, por meio do programa Bolsa Creche, quando a Secretaria de Educação recorre a outras entidades para suprir a demanda de vagas.
O secretário municipal de Educação, Gabriel Ferrato dos Santos, foi procurado pela reportagem, assim como a Polícia Civil, mas ambos não atenderam a equipe. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que Ferrato não está na cidade.
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